Eu só estava querendo dizer que voltei. Mas para onde mesmo? Qual é o meu lugar? Entre tantos tropeços, continuo correndo. "Tira o pé, Priscilla. Tira o pé". É tudo o que ouço a minha razão dizer. E, dessa vez, parece que até meu coração diz o mesmo... Tão sôfrego e calejado, ele só queria um conforto que parece sempre tão impossível de achar. Mas estou tão alheia a tudo que nem os ouço... Razão e coração fazem as pazes na busca de me abrir os olhos.
Qual é o problema então? Esse meu peito aberto; essa velha ilusão de ter encontrado o meu tão sonhado lugar. Não era para ser ruim, mas a consequência de correr com um peito aberto é o contato: toda a aspereza do mundo me toca, me desgraça e consome minhas entranhas... mas eu não posso parar. Estou indo rápido demais. E dói... Como dói. Mas eu consigo sentir tudo. Não só o áspero, mas o tenro, o quente, o que motiva. Então corro mais...
Então penso em como será a cada vez que eu imaginar que cheguei aonde desejava. A adrenalina, tão pulsante em minhas veias, me engana. Parei de correr, mas a ferida está aberta e eu sangro. "Seu peito está aberto, lembra?" - dizem em uníssono razão e coração. E aí a adrenalina cessa. E eu sinto, como estou sentindo agora... Olho para mim mesma, meu sorriso se apaga e meu cenho se fecha. Uma lágrima percorre meu rosto vermelho, o qual mantém olhos incrédulos diante de tal imagem. É toda a emotividade que consigo expressar antes de decidir correr novamente.
Logo eu volto à entrega, não me permito cicatrizar. Continuo exposta, olhando adiante, piso fundo. A adrenalina irá voltar, eu sei. É ela que me faz assim, tão paradoxal: cacos tão inteiros.
Já a minha razão e o meu coração, desses não tenho muito o que falar. Talvez um dia eles voltem a me pertencer, quando chegar alguém capaz de costurar esse buraco em meu peito e me devolver a adrenalina apenas com a intensidade de seus beijos. Aí, enfim, poderei dizer que encontrei meu lugar. "Eu voltei".
*Inspirado em sentimentos atuais e na diva das letras que carregam as minhas mágoas.
Eu sou o tão esperado alguém capaz de costurar o buraco que há em seu peito e lhe devolver a adrenalina apenas com a intensidade de meus beijos. Ao meu lado você encontrou o seu lugar, eu sou aquilo que você deve chamar de lar, então..você voltou.
ResponderExcluir